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Por Folha do Araripe –
Brasília, 7 de agosto de 2025– O Congresso Nacional enfrenta uma grave crise institucional após deputados bolsonaristas, liderados por Nikolas Ferreira, obstruírem os trabalhos legislativos na Câmara dos Deputados
O grupo protesta contra a prisão domiciliar do ex-presidente Jair Bolsonaro e exige a votação de um projeto de anistia “ampla, geral e irrestrita” para os envolvidos nos eventos de 8 de janeiro
Obstrução e Contramanobras
Desde a noite de terça-feira (5), deputados da oposição ocupam o plenário da Câmara, impedindo o início das sessões.
Nikolas Ferreira chegou a afirmar que a obstrução seria total até que a anistia fosse pautada.
Em resposta, o presidente da Câmara, Hugo Motta, tentou manobras para contornar a obstrução, incluindo a realização de sessões em um plenário alternativo e a possibilidade de sessões virtuais.
No entanto, a oposição denunciou essas tentativas como uma forma de “driblar a resistência” e “violar o direito de obstrução”
Tensão e Confronto
A crise escalou para um confronto direto entre os parlamentares. A sessão da noite de quarta-feira (6) foi marcada por gritaria e empurra-empurra, resultando no esvaziamento do plenário.
Hugo Motta convocou uma sessão para esta quinta-feira (7), ameaçando punir os deputados que continuarem a obstruir os trabalhos.
A Secretaria-Geral da Mesa informou que os parlamentares que tentarem impedir as votações poderão ser suspensos cautelarmente por até seis meses.
Reivindicações da Oposição
Além da anistia aos presos do 8 de janeiro, a oposição também exige a votação do impeachment do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, e a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que acaba com o foro privilegiado.
O líder do PL na Câmara, Sóstenes Cavalcante, afirmou que a anistia é vista como a única opção para pacificar o país.
Tentativas de Acordo
Diante da crise, Hugo Motta e o presidente do Senado, Davi Alcolumbre, realizaram reuniões com líderes de bancada para tentar um acordo. No entanto, as negociações não avançaram e a oposição manteve a obstrução.
Análise e Perspectivas
A crise no Congresso Nacional revela a profunda polarização política no país e a dificuldade de diálogo entre os diferentes grupos. A obstrução dos trabalhos legislativos por parte da oposição bolsonarista é uma medida extrema que prejudica o andamento de pautas importantes para a sociedade. Ao mesmo tempo, as manobras de Hugo Motta para contornar a obstrução são vistas como antidemocráticas e desrespeitosas com o direito da oposição de se manifestar.
Ainda não se sabe como a crise será resolvida. A tendência é que a tensão aumente nos próximos dias, com a possibilidade de punições aos deputados obstrucionistas e a apresentação de novas medidas por parte do governo. O desfecho da crise dependerá da capacidade de diálogo e negociação entre os líderes partidários e da disposição de cada um em ceder em suas posições.