No dia 1º de janeiro de 2023, uma mulher vai atravessar os arcos de entrada do Palácio do Campo das Princesas, cruzar o tapete vermelho e fazer história. Pela primeira vez, Pernambuco terá uma governadora eleita pelo povo.
Em uma eleição excepcional, o eleitorado não escolheu apenas uma, mas duas mulheres para disputar o governo no segundo turno. Com mais de 1 milhão de votos cada uma, Marília Arraes (Solidariedade) e Raquel Lyra (PSDB) deixaram os candidatos homens para trás. Marília teve 23,97% dos votos e Raquel 20,58%.
Marília, que pelas pesquisas estava na liderança com uma boa vantagem sobre os demais adversários, deverá acabar a apuração praticamente empatada com Raquel. Em alguns momentos, a candidata do PSDB chegou a ultrapassar a adversária.
Raquel já era apontada em segundo lugar nas pesquisas, mas um componente emocional pode ter influenciado o resultado. Subitamente, na manhã deste domingo, o marido da candidata, o empresário Fernando Lucena, de 44 anos, sofreu um infarto fulminante e foi sepultado em pleno dia da eleição.
Situação semelhante aconteceu quando o governador Eduardo Campos (PSB) morreu em um acidente de avião, em 2014. Por conta da comoção nacional, Paulo Câmara teve uma votação acima da esperada e venceu a eleição no 1° turno, embora fosse um técnico do Tribunal de Contas do Estado (TCE), sem traquejo político.
Marília Arraes e Raquel Lyra e o eleitorado feminino em Pernambuco
Assim como no Brasil, a maioria do eleitorado pernambucano é feminino. Dos 7 milhões de eleitores, 54% são mulheres e 46% homens. A presença de duas mulheres no 2° turno das eleições não é apenas um momento histórico, mas a possibilidade de ter uma liderança mais alinhada com os muitos problemas do eleitorado feminino.
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