Simone Tebet, Aloizio Mercadante, Guilherme Boulos, Pérsio Arida, André Lara Resende e Randolfe Rodrigues então entre os destaques
Os primeiros nomes da equipe responsável pela transição entre os governos de Jair Bolsonaro (PL) e Luiz Inácio Lula da Silva (PT) foram anunciados entre terça (8) e quinta-feira (10).
Antes disso, o único nome oficialmente divulgado era o de Geraldo Alckmin (PSB), vice-presidente eleito. O ex-governador de São Paulo foi nomeado por Lula como coordenador da transição. Ele ficará responsável por todos os atos jurídicos e portarias durante esse período.
Desde a confirmação do resultado das urnas no segundo turno, o vice-presidente eleito tem participado de diversas reuniões com autoridades para discutir o principal assunto da transição: o Orçamento de 2023. O futuro governo caminha para conseguir a aprovação de uma Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que permitirá a ultrapassagem do teto de gastos para incluir no Orçamento verbas para bancar as promessas de campanha de Lula –como o Auxílio Brasil de R$ 600 e o reajuste real do salário mínimo.
A equipe de transição deve ter mais de 100 pessoas entre colaboradores, voluntários e técnicos, além dos 50 nomes que serão oficializados no Diário Oficial da União, o limite de contratação permitido pela Constituição.
Nesta quinta-feira, foi confirmado o nome do senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP). Ele disse que estará na coordenação da equipe de desenvolvimento regional.
O servidor Jorge Rodrigo Araújo Messias foi anunciado como coordenador jurídico da equipe de transição de Lula. Messias ficou nacionalmente conhecido após ser chamado de “Bessias” pela então presidente Dilma Rousseff (PT) em um grampo tornado público por Sergio Moro em março de 2016, no âmbito da Operação Lava Jato.
O grupo será dividido em quatro principais frentes. São elas: coordenação executiva, coordenação de articulação política, coordenação de grupos técnicos e coordenação de organização da posse. Confira os nomes:
Coordenação executiva
O líder do grupo executivo será Floriano Pesaro (PSB), sociólogo e ex-deputado federal. Pesaro foi secretário municipal de Assistência e Desenvolvimento Social de São Paulo no governo de José Serra (PSDB) e secretário estadual na gestão de Alckmin.
Coordenação de articulação política
A responsável pelas articulações políticas será a presidente nacional do PT, Gleisi Hoffmann. Gleisi é advogada, com especialização em Gestão de Organizações Públicas e Administração Financeira. Ela foi ministra da Casa Civil no governo da ex-presidente Dilma Rousseff (PT), em 2011.
Coordenação de grupos técnicos
Aloizio Mercadante, um dos fundadores do PT, será o responsável por coordenar os grupos técnicos, que serão 31, no total. Mercadante é economista e já foi senador e deputado federal. Ele foi ministro da Educação, da Ciência, Tecnologia e Inovação e da Casa Civil durante o governo Dilma Rousseff.
Coordenação de organização da posse
Rosângela Silva, mais conhecida como Janja, foi escalada para comandar o grupo que organizará a cerimônia de posse, que acontece no dia 1º de janeiro de 2023. A futura primeira-dama é socióloga e casou-se com Lula em 18 de maio deste ano.
Grupos técnicos
De acordo com o PT, a equipe de transição contará com 31 grupos técnicos. Confira a lista completa no fim desta reportagem.
Até o momento, o partido confirmou quatro nomes para o grupo de assistência social e quatro para o de economia.
Assistência social
A senadora Simone Tebet (MDB-MS) é o principal nome do grupo de assistência social. Ela concorreu à Presidência nas eleições de 2022 e declarou apoio a Lula no segundo turno. Além dela, foram anunciados os nomes de André Quintão, Márcia Lopes e Tereza Campello.
Quintão é deputado estadual, assistente social e sociólogo. Em 2022, foi candidato a vice-governador de Minas Gerais na chapa de Alexandre Kalil (PSD).
Márcia Lopes é assistente social e professora e foi ministra do Desenvolvimento Social e Combate à Fome no governo Dilma Rousseff. Tereza Campello é economista, professora e esteve à frente do Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome no governo Dilma.
Desenvolvimento regional
O senador Randolfe Rodrigues disse, em suas redes sociais, que estará na coordenação do time de desenvolvimento regional do governo de transição.
Aliado de primeira hora de Lula durante a campanha eleitoral, Randolfe foi vice-presidente da CPI da Pandemia, no ano passado, e atuou como líder da oposição ao governo de Jair Bolsonaro no Senado Federal. O político, que já foi filiado ao PT, foi deputado estadual no Amapá e se elegeu como senador em 2010, quando integrava o PSOL.
Economia
Para a área econômica, os economistas André Lara Resende, Guilherme Mello, Nelson Barbosa e Pérsio Arida integrarão a equipe.
Lara Resende foi presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) no governo Fernando Henrique Cardoso (PSDB) e ajudou a elaborar o Plano Real. Mello é professor de economia e foi assessor econômico da campanha de Lula.
Barbosa foi ministro do Planejamento da Fazenda no governo Dilma Rousseff. Arida, assim como Lara Resende, ajudou a construir o Plano Real; ele também foi presidente do BNDES e do Banco Central.
O ex-ministro da Fazenda Guido Mantega ainda não tem cargo e grupo definidos, mas, segundo Alckmin, deverá integrar a equipe de transição.
Educação
O coordenador do núcleo será o ex-ministro Henrique Paim. O anúncio foi feito por Fernando Haddad. que também já chefiou a pasta da Educação e neste ano concorreu ao governo de São Paulo.
Paim foi secretário-executivo do MEC e presidiu o Fundo Nacional para o Desenvolvimento da Educação (FNDE) antes de ocupar a pasta de fevereiro de 2014 a janeiro de 2015. Atualmente é professor da Fundação Getulio Vargas (FGV).
Indústria, Comércio e Serviços
O ex-governador do Rio Grande do Sul Germano Rigotto (MDB) ficará responsável pela área. O comunicado foi divulgado pelo presidente nacional do MDB, deputado federal Baleia Rossi (SP).
Na década de 1990, no Congresso Nacional, Rigotto foi líder do PMDB e líder do governo Fernando Henrique Cardoso.
Saúde
O senador e ex-ministro da Saúde Humberto Costa (PT) irá coordenar a área da Saúde. Ele disse por meio das redes sociais que foi convidado para o posto.
A expectativa é de que Costa trabalhe no grupo junto com Alexandre Padilha (PT), Arthur Chioro (PT) e José Gomes Temporão (PSB). Todos eles também foram ministros.
Cidades e Habitação
O deputado eleito Guilherme Boulos (PSOL-SP) afirmou, também pelas redes sociais, que participará da equipe de transição no governo eleito. Ele ficará no grupo técnico de Cidades e Habitação.
Coordenador do MTST (Movimento dos Trabalhadores Sem Teto), Boulos foi o candidato a deputado mais votado de São Paulo, com mais de 1 milhão de votos na eleição de 2022.
Integrantes do conselho político da transição:
A presidente do PT, Gleisi Hoffmann, estará à frente do conselho político da transição. Os nomes já confirmados pelo PT para o grupo são:
- Antônio Brito, deputado federal pelo PSD
- Carlos Siqueira, presidente do PSB
- Daniel Tourinho, presidente do Agir
- Felipe Espirito Santo, integrante da direção do Pros
- Guilherme Ítalo, da direção do Avante
- Jefferson Coriteac, vice-presidente do Solidariedade
- José Luiz Penna, presidente do PV
- Juliano Medeiros, presidente do PSOL
- Luciana Santos, presidente do PCdoB
- Wesley Diógenes, porta-voz da Rede
- Wolney Queiroz, deputado federal do PDT
Convidado para compor a equipe de transição do presidente eleito, o MDB indicou os senadores Renan Calheiros e Jader Barbalho para compor o conselho político do grupo.
O anúncio foi feito pelo presidente do partido, Baleia Rossi. Renan e Barbalho, segundo Rossi, representarão as necessidades das regiões Norte e Nordeste do Brasil.
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