Na surdina, Miguel se prepara para as disputas de 2024 e 2026

Folha do Araripe

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Curtindo férias com a família no Exterior o ex-candidato a governador Miguel Coelho esquenta as baterias para as eleições de 2024 e 2026 e, a julgar pelos comentários em suas redes sociais, tanto pode disputar a eleição de prefeito do Recife como de governador. No seu entorno fala-se também na eleição de senador pois haverá duas vagas em disputa no próximo pleito. ” Em 2024 não sei mas pode apostar que em 2026 a preferência é o Governo“ afirmou ontem a este blog uma pessoa próxima do ex-prefeito.

A abertura para as redes sociais, porém, sobretudo de Miguel, que quase todos os dias posta no Instagran, acaba revelando estratégias. Como estava fora, por exemplo, o ex-prefeito não compareceu ao Baile Municipal de Petrolina, realizado no final de semana, e só foi postar elogiando a festa que choveram mensagens chamando-o de “governador” e do ano de 2026. Ele não incentiva mas também não contém essas manifestações. Um amigo que aposta muito nele acha que “em 2024 Miguel vai estar no Recife ou como candidato a prefeito ou apoiando alguém ligado a Raquel”. Apesar de não ter sido chamado para compor o secretariado da governadora essa fonte acha que “os laços entre os dois continuam respeitosos e firmes”.

Diplomação e posse

Mesmo sabendo desde a diplomação que não faria parte da equipe de Raquel, Miguel não passou recibo e esteve presente ao ato, como também foi à Assembléia prestigiar a posse da governadora. O que o animaria a continuar no embate majoritário, segundo um dos amigos acima citados, seria o resultado da eleição de 2022 quando, apesar de vir do Sertão do São Francisco, uma região de densidade populacional baixa, ficou em quinto lugar no total de votos do estado mas praticamente empatado com Danilo Cabral, o quarto colocado ( teve apenas 1.053 votos a menos que Danilo ) e com Anderson Ferreira, o terceiro colocado, do qual perdeu por somente por 6 mil votos. Em relação a Raquel, a segunda, ele teve 125 mil votos a menos.

Novo partido

Um dos entraves enfrentados por Miguel na eleição de governador foram os problemas criados pelo presidente do União Brasil, o deputado federal Luciano Bivar, que demorou a garantir-lhe a vaga e ainda aceitou que quatro dos seus principais prefeitos apoiassem Danilo Cabral ou Marília Arraes no primeiro turno. Sendo assim, comenta-se sobre a possibilidade de ele mudar de legenda ainda este ano, caso não se sinta seguro no novo partido. Há que se considerar, porém, que seus irmãos Fernando e Antonio continuam no União Brasil pelo qual se elegeram para a Câmara Federal e a Assembléia Legislativa.

Prefeito itinerante?

Após aposentadoria do seu pai, o senador Fernando Bezerra Coelho, que deixou o mandato dia 31 de dezembro último, Miguel é, segundo amigos seus de Petrolina, “ a pessoa da família Coelho talhada neste momento para cargos majoritários e deu exemplo disso nos dois mandatos como prefeito e na expressiva votação que teve em 2022, apesar de representar o sertão do estado que nunca elegeu um governador”- conta um amigo que pediu para não se identificar. Os Coelho são conhecidos por se expressar bem em assuntos diversos mas quando se trata da política são exageradamente contidos, sobretudo no que se refere ao futuro deles próprios.

Sobre a eleição de 2024 ainda há questionamentos sobre a possibilidade de um prefeito que termina seu mandato natural nesse ano – Miguel se reelegeu em 2020 e renunciou em 2022 – poder se candidatar por outro município. A decisão do STF é de que um prefeito de segundo mandato não pode disputar concluído o período de reeleição mas advogados especializados afirmam que já há casos em que a justiça permitiu isso desde a disputa seja em área distante. Tendo sido prefeito em Petrolina, segundo essa interpretação, Miguel poderia ser candidato em Recife porque não haveria interferência de um município em outro.

Assembléia de volta

Fechada durante dois dias – segunda e terça- por falta de energia em função das últimas chuvas, a Assembléia Legislativa deve retomar os trabalhos esta quarta-feira, quando os partidos devem estar definindo a posição que vão adotar nessa legislatura: se a favor do Governo, na Oposição, ou Independente. Enquanto não houver esse balizamento vai ser difícil estruturar as comissões da casa essenciais para que o funcionamento da casa seja garantido.

Pergunta que não quer calar: quanto tempo o ex-governador Paulo Câmara vai ter que aguardar uma definição do senado para poder tomar posse do Banco do Nordeste?

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