Presidente da Empresa Brasil de Comunicação (EBC), Hélio Doyle foi destituído do cargo nesta quarta-feira, 18, após endossar uma publicação anti-Israel nas redes sociais. Através do X, o antigo Twitter, ele repostou a seguinte mensagem: “Não precisa ser um sionista para apoiar Israel. Ser um idiota é o bastante”. Segundo o próprio Doyle, o ministro da Secretaria Geral da Presidência da República, Paulo Pimenta (PT), informou o descontentamento com a repercussão do caso, já que o governo Lula vem mantendo a posição de neutralidade na guerra do Oriente Médio, que opõe as forças israelenses e o grupo terrorista Hamas, ao mesmo tempo em que trabalha para viabilizar um acordo de paz – nesta quarta-feira, 18, com veto dos Estados Unidos, o Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU) rejeitou a resolução do Brasil para a guerra.
Até o momento, o Planalto não se manifestou oficialmente sobre o desligamento ou quem sucederá Doyle. “O ministro Paulo Pimenta me manifestou hoje seu descontentamento por eu ter repostado, no X , postagem de terceiro acerca do conflito no Oriente Médio. Disse-me que a referida repostagem e sua repercussão na imprensa criaram constrangimentos ao governo, que mantém posição de neutralidade no conflito, em busca da paz e da proteção aos cidadãos brasileiros. Diante disso, pedi desculpas e comuniquei que deixo a presidência da EBC, agradecendo ao ministro Pimenta e ao presidente Lula pela confiança em mim depositada por todos esses meses”, escreveu Doyle.
O retuíte que causou sua queda não foi a única com teor anti-Israel. Na terça-feira, 17, o agora ex-presidente da EBC escreveu: “Para validar a mentira de Israel, tem emissora pró-EUA contando o que é a Jihad Islâmica. E frisando sua aliança com o Irã… chamam de ‘guerra de versões’”. A postura de Doyle contrasta, por exemplo, com o tom adotado pelo chanceler Mauro Vieira, chefe do Ministério das Relações Exteriores. “Nossa preocupação não foi em tomar uma posição política, porque inclusive o Brasil se dá bem com os dois lados, com Israel e Palestina. E graças a isso, inclusive, conseguimos ter diálogo com os dois lados, diálogo muito fluente, muito fluido, para conseguir retirar os brasileiros”, disse o ministro.
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