O deputado federal Luciano Bivar (PE, foto) está em pé de guerra com o grupo de Antônio Rueda e ACM Neto no União Brasil.
Derrotado na eleição que escolheu Rueda como novo presidente da legenda, Bivar decidiu trancar a porta da sala de reuniões do partido para impedir que executiva eleita utilizasse o espaço, conforme publicou O Globo.
Segundo o jornal, a medida, que é mais um episódio da luta na lama travada pelo comando do União Brasil, não deu resultado e a nova executiva recorreu ao auditório até conseguir abrir a porta.
Antônio Rueda, o novo presidente do União Brasil
O advogado Antônio Rueda foi eleito o novo presidente do União Brasil em 29 de fevereiro, apesar das tentativas de Bivar de permanecer no controle da legenda.
Ele assume o comando da sigla com o desafio de apaziguar os ânimos de um partido que vivencia sucessivas crises.
Rueda é um nome próximo do presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), e de integrantes da sigla como ACM Neto.
Atualmente rivais políticos, Bivar e Rueda já foram amigos próximos, dividindo o comando do partido, mas nos dois últimos anos a relação ficou estremecida. Nos diretórios estaduais, aumentou a insatisfação com a forma como Luciano Bivar conduzia o partido, e os insatisfeitos se aliaram a Rueda, fortalecendo o nome dele como substituto.
A ressurreição do DEM
Como mostrou Crusoé, a derrota de Bivar representa a ressurreição do DEM na política brasileira.
“Quando o PSL discutiu a possibilidade de fusão com o DEM, a ala de ACM Neto já sonhava em tirar Bivar do comando do partido. Eles consideram Bivar um político tacanho, que se contenta com migalhas. O ex-prefeito de Salvador, o senador Efrain Filho, o governador Ronaldo Caiado, o líder do União na Câmara, Elmar Nascimento, pensam de outra forma. Não se contentam com centavos. Para eles, ou o União instituía um projeto consistente de crescimento ou poderia minguar na irrelevância”, afirmou Crusoé.
Os planos do União Brasil
De olho nas eleições de 2026, a ala de ACM Neto planeja assumir a presidência da Câmara, com Elmar Nascimento, ou do Senado, com Davi Alcolumbre, em 2025, antes de lançar o governador de Goiás, Ronaldo Caiado, como candidato à Presidência da República no ano seguinte.
“Caiado vem sendo descrito em Brasília como um ‘Jair Bolsonaro que sabe usar garfo e faca’. A candidatura ostenta a simpatia da bancada ruralista e certo apelo popular. Caiado tem o estilo polêmico e boquirroto do capitão reformado, mas sabe que a vida lhe impõe certos limites. Obviamente que a popularidade de Caiado nem chega perto da de Jair Bolsonaro, mas nada que não possa ser construído ao logo dos próximos anos“, disse Crusoé.
O Antagonista
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