A reunião do G7, realizada na Itália, tem se destacado como um evento de extrema importância no cenário geopolítico global, de acordo com o professor de relações internacionais e pesquisador de Harvard, Vitelio Brustolin, em entrevista à Record News.
Segundo Brustolin, uma das principais questões em discussão na cúpula é a relação, atualmente desgastada, entre o Brasil e os presidentes da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, e da Argentina, Javier Milei. Ambos têm deixado o Brasil fora de suas agendas diplomáticas, o que tem impactado negativamente as relações entre esses países.
No caso da Ucrânia, a tensão se deve, em parte, à posição brasileira em relação ao conflito com a Rússia. Apesar de condenar a invasão russa, o Brasil tem buscado manter uma posição de neutralidade, o que tem sido criticado por Zelensky e seus aliados. Essa divergência de posicionamento tem dificultado a aproximação entre os dois países.
Já com a Argentina, as relações têm sido marcadas por uma série de desencontros políticos e econômicos. Milei, recém-eleito presidente, tem adotado uma postura mais confrontativa em relação ao Brasil, o que tem prejudicado os esforços de cooperação bilateral.
Nesse contexto, a cúpula do G7 surge como uma oportunidade para que o presidente Lula possa se reunir pela primeira vez com Milei, previsto para ocorrer apenas no final deste ano. Essa reunião é vista como fundamental para tentar amenizar as tensões e reestabelecer uma agenda positiva entre os dois países.
Além disso, o encontro do G7 também abordará outros temas importantes na geopolítica mundial, como a guerra na Ucrânia, a crise climática, a recuperação econômica pós-pandemia e a segurança energética global.
Segundo Brustolin, a participação do Brasil nessas discussões é crucial, dado o seu papel de liderança regional e sua capacidade de contribuir para a resolução de problemas globais. A forma como o governo brasileiro se posiciona e atua nesse cenário terá reflexos diretos na sua imagem e influência internacional.
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