Escala 4×3: Ex-Prefeito de Petrolina, Miguel Coelho, Manifesta Preocupações Econômicas

Folha do Araripe

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Petrolina, PEO ex-prefeito de Petrolina, Miguel Coelho, expressou preocupação com a proposta de redução da jornada de trabalho para 36 horas semanais, sob o regime de escala 4×3. Em entrevista exclusiva, Coelho, que possui experiência administrativa na gestão pública municipal, destacou os potenciais impactos negativos na economia e no mercado de trabalho, alertando para a necessidade de um debate mais aprofundado antes da implementação de qualquer medida.

“Tendo administrado Petrolina, sei da importância de equilibrar as políticas sociais com a saúde financeira do município. A proposta da escala 4×3, apesar de bem intencionada em relação à qualidade de vida dos trabalhadores, precisa ser analisada com cautela em relação às suas consequências econômicas”, afirmou Coelho. “O aumento de custos para as empresas, principalmente em setores que dependem de operações contínuas, é uma preocupação real.”

Coelho argumentou que o aumento de custos com salários e encargos, decorrente da necessidade de contratação de mais funcionários para cobrir a mesma carga horária, poderia ser repassado aos consumidores através do aumento de preços, contribuindo para a inflação. “Em um cenário de inflação já preocupante, essa medida poderia agravar ainda mais a situação, impactando diretamente o poder de compra da população, especialmente em cidades como Petrolina, onde a renda per capita é um fator crucial”, alertou.

Além do aumento de custos, o ex-prefeito também expressou preocupação com a possível redução da produtividade. “Em setores como a agroindústria, tão importante para o desenvolvimento econômico de Petrolina e da região, a redução das horas de operação pode significar uma diminuição na produção, afetando a competitividade e o crescimento econômico”, explicou.

Coelho reconheceu a possibilidade de criação de novos empregos em setores que demandam maior flexibilidade, mas ponderou que isso não necessariamente compensaria a perda de empregos em outros setores, que poderiam optar por demissões ou redução salarial para compensar os custos adicionais. “O risco de aumento do desemprego e da informalidade é real e precisa ser considerado com seriedade, especialmente em regiões com economias mais frágeis”, ressaltou.

Para Coelho, o debate sobre a escala 4×3 exige uma análise criteriosa dos impactos em diferentes setores da economia e da força de trabalho, considerando as especificidades regionais. “É fundamental que o governo promova um diálogo amplo com empresários, trabalhadores e especialistas para avaliar a viabilidade dessa proposta e mitigar os potenciais riscos”, concluiu Coelho. Ele defendeu a realização de estudos de impacto detalhados antes de qualquer decisão, garantindo que a medida não comprometa a saúde econômica do país e a geração de empregos de qualidade, especialmente em regiões como o Sertão Pernambucano. A experiência na gestão municipal de Petrolina lhe dá uma perspectiva única sobre os desafios econômicos locais e a importância de políticas públicas equilibradas.

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