Brasília – A iminência das eleições para a renovação de 2/3 do Senado Federal em 2026, com 54 das 81 cadeiras em disputa, tem gerado debates acalorados nos bastidores do governo Lula. Integrantes da administração federal demonstram preocupação com a possibilidade de perdas significativas para o partido no pleito e, segundo informações obtidas, estudam uma proposta polêmica: alterar o sistema eleitoral para a escolha dos senadores.
A Constituição Federal determina que os eleitores escolham dois candidatos para as duas vagas disponíveis em cada unidade da Federação. No entanto, a proposta em análise pelo governo visaria modificar essa regra, permitindo que o eleitor vote em apenas um candidato por estado. Essa mudança, se implementada, alteraria profundamente a dinâmica da disputa e poderia impactar significativamente o resultado das eleições.
A justificativa para a proposta, segundo fontes próximas ao governo, reside no receio de que o atual sistema proporcional, com voto em dois candidatos, dificulte a eleição de candidatos governistas em alguns estados. A mudança para um sistema majoritário, com voto em apenas um candidato, poderia, em tese, concentrar os votos em um único nome, aumentando as chances de vitória do candidato apoiado pelo governo.
No entanto, a proposta enfrenta forte resistência. Especialistas em direito eleitoral questionam a constitucionalidade da medida, argumentando que a alteração do sistema eleitoral a menos de três anos das eleições violaria princípios de segurança jurídica e estabilidade do processo eleitoral. Além disso, críticos argumentam que a mudança favoreceria partidos maiores e prejudicaria a representação de minorias e partidos menores.
A discussão sobre a alteração das regras para as eleições do Senado em 2026 promete ser acirrada. A oposição já se manifestou contra a proposta, acusando o governo de tentar manipular o sistema eleitoral para garantir vantagens políticas. A aprovação da medida dependerá de um amplo consenso no Congresso Nacional, o que, considerando a atual configuração política, parece improvável. A polêmica gerada pela proposta coloca em xeque a transparência e a isonomia do processo eleitoral, abrindo um debate crucial sobre a legitimidade e a estabilidade do sistema democrático brasileiro.
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