ECONOMIA – O ano de 2025 marca o início da última quarta parte do século XXI, um momento crucial repleto de desafios econômicos e geopolíticos que moldarão o futuro próximo. O Brasil, assim como o resto do mundo, entra em 2025 enfrentando uma conjuntura complexa, com reflexos diretos na vida de seus cidadãos.
Brasil: Contas em Desequilíbrio e Popularidade em Queda:
A economia brasileira, após um breve período de euforia com crescimento acima de 3% do PIB e quase pleno emprego, impulsionado por gastos públicos expressivos em programas sociais (quase R$ 400 bilhões anuais), enfrenta agora um cenário de desarranjo fiscal, inflação acima da meta e juros elevados (12,25% ao ano). A cotação do dólar acima de R$ 6,18 agrava a situação, impactando diretamente os preços. A popularidade do presidente Lula, que começou seu terceiro mandato com 43% de aprovação, caiu para 27%, segundo pesquisa PoderData, refletindo a crescente preocupação com a situação econômica. A recuperação de uma cirurgia após uma hemorragia cerebral adiciona outro elemento de incerteza ao cenário político. A estratégia para as eleições de 2026, incluindo uma possível quarta candidatura, e uma esperada reforma ministerial, serão cruciais para o futuro do governo.
Cenário Internacional: Protecionismo e Instabilidade Geopolítica:
O cenário internacional é igualmente desafiador. As guerras na Ucrânia e na Faixa de Gaza geram instabilidade geopolítica e impactos econômicos globais. A ascensão de Donald Trump à presidência dos EUA, com suas promessas de protecionismo, deportações e redução da burocracia, sinaliza uma mudança significativa na política americana, com potenciais consequências para o comércio internacional. A China, buscando retomar seu crescimento econômico, enfrenta a perspectiva de tarifas elevadas sobre seus produtos exportados para os EUA, em um contexto de crescente protecionismo global.
Mudança de Paradigmas e o Ascenso da Direita:
A nível global, observa-se uma mudança de paradigmas, com o declínio da hegemonia liberal e o avanço da direita em diversos países. O discurso pró-democracia, muitas vezes abduzido por grupos identitários, paradoxalmente aumenta a polarização. A impaciência com o “wokeísmo” abre espaço para o pragmatismo liberal na economia e o conservadorismo nos costumes, ou mesmo para figuras disruptivas como Javier Milei na Argentina. Essa mudança de “vibe”, como apontado por Niall Ferguson, impacta a economia, com menos pessoas buscando empregos formais e mais optando pelo empreendedorismo, mesmo que em setores informais.
Perspectivas para os Próximos Semestres:
Para os próximos semestres, a perspectiva é de desafios econômicos generalizados, com menor liberdade comercial e o fortalecimento da direita em diversos países. O Brasil, com sua fragilidade fiscal e a queda na popularidade do presidente, precisará navegar em um mar tempestuoso, tanto internamente quanto no cenário internacional. A capacidade de resposta do governo e a adaptação das empresas às novas realidades serão fatores determinantes para o sucesso na superação dos desafios que se avizinham. A busca por soluções pragmáticas e o diálogo amplo serão essenciais para garantir a estabilidade e o desenvolvimento do país em um mundo em profunda transformação.
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