Brasil: De risco global a risco interno – um alerta econômico

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Por Lusmar Barros – Jornal Folha do Araripe

O Brasil, outrora visto como uma potência emergente com potencial de crescimento significativo na economia global, vem sofrendo uma preocupante transformação. De risco para o mercado internacional, o país se tornou, principalmente, um risco para si mesmo. Essa mudança alarmante exige uma análise crítica da situação econômica atual, que vai além das flutuações cambiais e indicadores macroeconômicos.

A narrativa de um Brasil em ascensão, tão propagada no passado, esvai-se diante de uma realidade marcada pela incerteza política, instabilidade econômica e falta de confiança. A recente viralização de um vídeo criticando o uso do Pix para fiscalização tributária, atingindo mais de 300 milhões de visualizações, é um sintoma dessa crise de confiança. Ele reflete uma profunda insatisfação popular que transcende as divisões ideológicas, atingindo a todos que sentem o impacto da inflação, do desemprego e da falta de perspectiva de melhoria.

A decisão do governo de utilizar o Pix para fins fiscais, embora justificada pela necessidade de aumentar a arrecadação, gerou uma reação negativa por parte da população, que a percebeu como mais uma medida intrusiva em um cenário de crescente desconfiança. Essa desconfiança não é gratuita. A falta de clareza na condução da política econômica, as oscilações cambiais e a incerteza política criam um ambiente hostil para investimentos, tanto nacionais quanto estrangeiros.

O investimento estrangeiro, essencial para o crescimento econômico, está migrando para países com maior estabilidade e previsibilidade. A alta dos combustíveis, a inflação persistente e a falta de um plano econômico consistente geram insegurança e afastam potenciais investidores. O resultado é um círculo vicioso: a falta de investimento agrava a situação econômica, que por sua vez, aumenta a desconfiança e afasta ainda mais os investimentos.

A situação é agravada pela polarização política, que dificulta a construção de consensos e a implementação de políticas públicas eficazes. A falta de diálogo e a priorização de agendas ideológicas em detrimento de soluções pragmáticas para os problemas econômicos do país contribuem para a crise de confiança e para a percepção de que o Brasil está caminhando em direção a um cenário de instabilidade crescente.

Em resumo, o Brasil deixou de ser um risco para o mundo e se tornou um risco para si mesmo. A recuperação da confiança, a estabilidade política e a implementação de uma política econômica consistente e transparente são imprescindíveis para reverter esse quadro e evitar consequências ainda mais graves para a economia nacional. A ausência dessas medidas pode levar o país a um estado de crise profunda, com impactos devastadores na vida da população.

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