Brasil e EUA: Rumos incertos da relação bilateral sob a sombra do novo governo americano

Folha do Araripe

Folha do Araripe

Brasília/Washington – A posse de Donald Trump nos EUA acende um sinal de alerta para o governo brasileiro. A relação bilateral, já fragilizada por declarações públicas de Lula e sua equipe contra o presidente eleito, e por suspeitas de negociações secretas envolvendo a China, enfrenta um cenário de incerteza que pode ter sérias consequências econômicas para o Brasil.

As críticas públicas de Lula a Trump, somadas às declarações da primeira-dama e de aliados do governo brasileiro contra o republicano, criaram um clima de tensão que contrasta com a tradicional diplomacia brasileira. A ausência de contatos substanciais entre os dois governos desde a eleição de Trump, além de mensagens protocolares, reforça essa percepção de distanciamento.

A preocupação se agrava diante da crescente influência da China na política externa brasileira, evidenciada por 37 acordos de cooperação em mais de 15 temas, como agronegócio, intercâmbio educacional, cooperação tecnológica e investimentos em diversas áreas anuciandas pelo governo Lula, que estão sob investigação no Senado americano o qual fez uma carta aberta do Senado dos EUA ao governo brasileiro pedindo esclarecimentos sobre essas negociações demonstrando uma gravidade da situação e do relacionamento.

A questão central reside no impacto potencial dessas ações na relação comercial entre os dois países. Os EUA são o segundo maior parceiro comercial do Brasil, atrás apenas da China. Um possível afastamento americano, motivado pela falta de confiança e pela percepção de um alinhamento excessivo do Brasil com a China, poderia resultar em restrições comerciais e prejuízos significativos para a indústria brasileira. A insegurança jurídica gerada por essa situação já é debatida no Congresso Nacional, exacerbando a preocupação com o futuro das relações bilaterais.

xr:d:DAF89tws6Dc:2,j:3011075223599178680,t:24021614

Relações Econômicas entre Brasil e EUA

  • O Brasil é a décima primeira maior economia do mundo, e os EUA são o segundo maior parceiro comercial do país. Em 2022, o comércio bilateral de bens e serviços totalizou 120,7 bilhões de dólares. 
  • As principais importações dos EUA ao Brasil são produtos industriais e relacionados à energia, como combustíveis refinados, gás natural, fertilizantes, aeronaves e instrumentos médicos. Os principais produtos de exportação do Brasil para os EUA são petróleo bruto, aeronaves, ferro e aço, café e celulose. 
  • As exportações dos EUA para o Brasil sustentam quase 130 mil empregos nos EUA, e dados do setor privado dos EUA mostram que as exportações brasileiras para o país sustentam mais de 500 mil empregos no Brasil. 
  • De acordo com o Banco Central do Brasil, o investimento estrangeiro direto dos EUA no país totalizou 191,6 bilhões de dólares em 2021, de longe o maior de qualquer outra nação. 
  • O Brasil e os EUA buscam expandir o Acordo Bilateral de Comércio e Parceria Econômica (ATEC) para impulsionar mais comércio e investimento. 

A representação brasileira na posse de Trump, limitada à presença da embaixadora em Washington, reflete a delicada situação. Embora fontes diplomáticas expressem preocupação, o governo brasileiro parece minimizar os riscos, apostando em uma recuperação da relação após a posse. No entanto, a falta de diálogo prévio e a postura pública adotada até o momento sugerem um cenário desafiador para a reconstrução da confiança e da parceria estratégica entre Brasil e EUA. A expectativa é de que a administração Trump adote uma postura pragmática em relação ao Brasil, mas a falta de reciprocidade e o clima de desconfiança podem dificultar a construção de uma relação sólida e mutuamente benéfica. O futuro da parceria comercial e estratégica entre Brasil e EUA dependerá, portanto, de uma mudança significativa na postura do governo brasileiro, buscando o diálogo e a transparência nas relações internacionais

Seja o primeiro a comentar

Faça um comentário

Seu e-mail não será publicado.


*