MDB pernambucano resiste à chegada de Raquel Lyra após possível incorporação do PSDB

A possível incorporação do PSDB ao MDB, articulada nacionalmente e impulsionada pelo deputado federal Aécio Neves, encontra forte resistência dentro do diretório estadual pernambucano do MDB. O presidente estadual, Raul Henry, declarou que o partido reagirá contra qualquer decisão imposta de cima para baixo, sinalizando uma forte oposição à entrada da governadora Raquel Lyra (PSDB) na legenda, caso a fusão se concretize.

A incorporação partidária, regulamentada pela Lei nº 9.096/1995, prevê a absorção de um partido por outro, com o incorporado deixando de existir. O processo exige aprovação em convenção nacional e registro no Tribunal Superior Eleitoral (TSE), transferindo patrimônio e filiados para o partido incorporador, enquanto os parlamentares mantêm seus mandatos.

Henry confirmou as negociações nacionais entre os dirigentes do MDB e do PSDB, lideradas por Aécio Neves, que busca um novo partido para disputar eleições majoritárias em Minas Gerais após o declínio do PSDB. Para Aécio, enfraquecido por escândalos, o MDB, revigorado após as eleições municipais, representa uma oportunidade.

No entanto, a entrada de Raquel Lyra no MDB pernambucano se configura como um grande desafio para Henry. Ele relembrou a disputa interna de anos atrás contra o grupo Coelho, liderado por Fernando Bezerra Coelho, e afirmou que está preparado para enfrentar uma nova batalha. Henry já comunicou ao presidente nacional do MDB, Baleia Rossi, que a situação em Pernambuco difere de outros estados como Minas Gerais, Rio de Janeiro e São Paulo.

Em contraponto à postura firme de Henry, o senador Fernando Dueire, herdeiro político de Jarbas Vasconcelos, manteve silêncio sobre as negociações. Ao lado do deputado estadual Jarbas Filho, Dueire representa uma ala do partido que diverge da posição de Henry, adicionando mais complexidade ao cenário político pernambucano. A resistência interna ao MDB demonstra que a incorporação do PSDB, embora aparentemente selada nacionalmente, enfrentará uma forte oposição em Pernambuco, com o futuro político de Raquel Lyra na legenda ainda incerto. A disputa interna promete acirrar os ânimos e definir o rumo do MDB no estado.