A Escola de Sargentos e o silêncio de Raquel Lyra: um projeto de R$ 1,8 bilhão em risco?

Folha do Araripe

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A permanência do ministro da Defesa, José Múcio Monteiro, à frente da pasta por mais um ano parece estar diretamente ligada à concretização de um ambicioso projeto para Pernambuco: a construção da Escola de Sargentos das Armas, um investimento de R$ 1,8 bilhão. Segundo o próprio ministro, sua decisão de permanecer no cargo visa evitar que o Estado perca a oportunidade para sediar essa megaestrutura, ameaçada pela concorrência do Ceará.

A declaração de Múcio, embora evite mencionar diretamente a governadora Raquel Lyra (PSDB), deixa implícita a falta de engajamento do governo estadual no projeto. O ministro destaca o contraste entre a receptividade do Ceará, onde as obras de um campus do ITA (Instituto Tecnológico de Aeronáutica) – investimento de R$ 180 milhões – avançam a todo vapor, e a inércia em Pernambuco, onde o projeto da Escola de Sargentos parece estagnar.

A ausência de apoio por parte do governo pernambucano ficou evidente logo no início das negociações. Durante uma reunião em Brasília para apresentar o projeto à bancada federal, a governadora, embora presente na capital, não participou do encontro. A única voz a se manifestar pela bancada pernambucana foi a do deputado federal Túlio Gadelha (Rede), representante da governadora, que levantou questionamentos ambientais, considerados pelo ministro como um entrave, mas que, segundo fontes do ministério, encobrem uma falta de decisão política por parte do governo estadual.

A Escola de Sargentos representaria um marco para Pernambuco e para o Nordeste. Seria o maior projeto do Exército desde a década de 1940, gerando mais de 11 mil empregos diretos e 17 mil indiretos durante a construção. Além disso, a unidade concentraria a formação de sargentos, atualmente dispersa em 16 locais diferentes do país, atraindo milhares de alunos de todo o Brasil para o estado, impulsionando a economia e a cultura local.

A inércia do governo pernambucano, no entanto, coloca em risco esse investimento significativo. A falta de engajamento demonstra um desinteresse que contrasta com a importância estratégica do projeto para o desenvolvimento do estado. A ausência de uma postura proativa por parte da governadora levanta questionamentos sobre as prioridades da gestão estadual e as consequências dessa omissão para o futuro de Pernambuco. A permanência de Múcio no Ministério da Defesa, portanto, parece ser uma tentativa de evitar que a falta de engajamento de Raquel Lyra custe caro para o estado. A pergunta que fica é: até quando a falta de decisão política em Pernambuco irá prejudicar as oportunidades de desenvolvimento do estado?

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