Daniel Torres recusa convite para assessoria de Raquel Lyra: o fogo cruzado do Araripe

Folha do Araripe

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O Blog Folha do Araripe em conversa com ex-vereador Daniel Torres, pai do prefeito de Ipubi João Marcos Siqueira (PSD), sobre a possível possibilidade de assumir um cargo de Assessoria Especial no governo Raquel Lyra (PSDB). Embora a oferta representasse uma oportunidade de fortalecer a atuação do governo estadual na região do Araripe, Torres optou por declinar, alegando a complexa dinâmica política local e o risco de se envolver em um “fogo cruzado” de interesses.

A sondagem, feita por uma liderança política pernambucana com forte influência na região, visava aproveitar a articulação política e o conhecimento de Daniel Torres para atender às demandas do Araripe. Sua experiência à frente da ONG ADESA (Agência de Desenvolvimento Econômico e Social do Araripe) e sua participação no Movimento em Prol do Canal de Irrigação do Sertão do Araripe o credenciavam como um nome estratégico para a governadora.

No entanto, em entrevista exclusiva ao Folha do Araripe, Torres explicou os motivos de sua recusa: “Assumindo, iria fazer um trabalho para o governo sem obedecer a interesses políticos da região, ou seja, interesses pessoais. “Meu trabalho seria fazer com que o governo estadual estivesse presente como um todo na região, contribuindo com a governadora para atender as demandas do Araripe, sem amarras a nenhum interesse político pessoal de ninguém a nível de região. Entraria em um fogo cruzado, digamos assim. O meio político no Araripe é conturbado, com muitos interesses políticos pessoais em detrimento do interesse da coletividade. Acredito que haveria um choque, meu trabalho ficaria prejudicado, engessado. E sendo assim, prefiro ficar à disposição exclusivamente para ajudar o prefeito João Marcos na gestão dentro das minhas possibilidades”.

A declaração de Torres evidencia a complexidade do cenário político no Araripe, onde a busca por soluções para as demandas da população pode se chocar com interesses particulares e disputas de poder. Ao optar por permanecer fora do cargo, ele prefere focar em sua atuação local, evitando o que ele mesmo definiu como um “fogo cruzado”, onde a imparcialidade necessária para servir ao governo estadual poderia ser comprometida pelas pressões da política regional. Apesar da recusa, Torres mantém-se à disposição para colaborar com a governadora em outras frentes, sem, contudo, assumir nenhum cargo público. Sua prioridade continua sendo auxiliar na gestão municipal de Ipubi dentro de suas possibilidades.

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