
O líder do PL na Câmara dos Deputados, Sóstenes Cavalcante (PL-RJ), afirmou nesta sexta (11) que deputados da base governista assinaram o projeto de lei que pretende anistiar os envolvidos nos atos de 8 de janeiro de 2023, e que foram pressionados a retirarem as assinaturas.
O deputado confirmou que conseguiu reunir as 257 assinaturas necessárias para que a proposta tramite em regime de urgência na Câmara, o que dispensa a análise em comissões e leva a discussão diretamente para o plenário. No entanto, ainda cabe ao presidente da casa, Hugo Motta (Republicanos-PB), determinar quando – e se – o projeto será pautado para análise dos deputados.
“Temos algumas assinaturas de deputados de esquerda que assinaram, mas que pediram para não terem os nomes expostos”, disse Sóstenes durante uma entrevista coletiva mais cedo.
Segundo o deputado, a lista com os nomes chegou a ser vazada na noite de quinta (10) por uma instabilidade no sistema de informática da Câmara dos Deputados, mas que foi corrigido pela manhã. Isso, diz, fez os nomes ficarem expostos e que quatro deputados governistas foram pressionados a retirarem as assinaturas.
Destes, um assinou novamente a proposta nesta sexta (11), mas nenhum terá o nome divulgado até que, diz Sóstenes, haja “uma margem folgada” e desde que com a autorização deles.
“Tenho colegas deputados que estão sofrendo pressão nas redes sociais para divulgarmos [os nomes]. Quando tivermos uma margem folgada, se tivermos autorização, vamos publicar esses nomes. A lista não será divulgada antes disso, não caiam em fake news”, completou o deputado por conta de listas que foram publicadas por conta da instabilidade.
Segundo a lista que chegou a ser publicada por alguns veículos, a proposta teria a assinatura de 259 deputados, entre eles da oposição – principalmente PL, Novo e PSDB – e da base, incluindo os divididos MDB, PSD, União Brasil e PP, que possuem ministérios no governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
Sóstenes precisou ir “ao varejo” para conseguir as assinaturas necessárias após Hugo Motta pedir aos líderes partidários para não assinar o requerimento de urgência do projeto. Ele teve de buscar individualmente a adesão dos deputados nos últimos dias.
“Estou confiante que a anistia é questão de dias, no máximo semanas, para que possamos virar essa pagina e levarmos para o Senado , para que possam com celeridade apreciar e aprovar”, disse Sóstenes ao senador Carlos Portinho (PL-RJ), líder do partido no Senado.
Votação no fim do mês
A expectativa, disse o parlamentar, é de que o requerimento de urgência da proposta seja discutido na reunião de líderes da Câmara no dia 24, com votação na semana seguinte. Para Sóstenes, este “é um assunto que já está maduro” e que “com toda a sinceridade, eu tenho a convicção de que em chegando no Plenário este texto vai passar com mais de 300 votos”. (Metropóles)
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