A Transnordestina, que planeja implementar cinco portos secos e dois terminais intermodais na região Nordeste, mantém Pernambuco na disputa por um desses espaços, apesar de a ferrovia ter excluído o trecho Salgueiro-Suape em 2022.
Atualmente, a Transnordestina Logística S.A. (TLSA) está trabalhando na elaboração dos projetos básico e executivo, que precederão a licitação para o início das obras. Mesmo sem o traçado inicial, o estado está se mobilizando para garantir a instalação de um porto seco ao longo da ferrovia, que atravessa Piauí, Ceará e Pernambuco.
Os portos secos são instalações alfandegadas que não estão localizadas na costa, mas funcionam como centros logísticos interligados a modais rodoviários e ferroviários. Essas estruturas são essenciais para o armazenamento e transbordo de mercadorias, além de oferecerem incentivos fiscais como extensão dos portos marítimos, contribuindo para o crescimento econômico de áreas interioranas.
Um dos portos secos confirmados será em Quixeramobim, no Sertão Central do Ceará, com investimentos que podem chegar a R$ 1 bilhão da Value Global Group. A previsão é que a estrutura, que ocupará 360 hectares, gere cerca de 1.300 empregos diretos e indiretos e um faturamento anual em torno de R$ 300 milhões.
Além de Quixeramobim, a TLSA está considerando terminais em Eliseu Martins (PI), Trindade (PE), devido à relevância do polo gesseiro, e entre os municípios de Missão Velha (CE) e Salgueiro (PE). Outro local estratégico em análise está situado entre o Porto do Pecém e a cidade de Iguatu, ambos no Ceará.
Após a exclusão de parte do traçado, Pernambuco busca se reposicionar para assegurar um lugar no novo desenho logístico do Nordeste. A instalação de um porto seco no estado é considerada crucial para conectar o interior pernambucano aos principais corredores de exportação.
A movimentação política já está em andamento. Em junho, o ministro de Portos e Aeroportos, Silvio Costa Filho, participou de uma reunião em Agrestina, no Agreste pernambucano, com representantes de 23 municípios do Consórcio de Municípios do Agreste e Mata Sul de Pernambuco (Comagsul). A pauta incluiu a Transnordestina e a proposta de uma plataforma multimodal com porto seco na região, uma estrutura considerada vital para atrair investimentos e aumentar a competitividade local.
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