24
Araripina, PE – 28 de outubro de 2025 – Imagine chegar de outra cidade, de outro estado ou até de longe, para estudar medicina em uma das instituições mais promissoras do Nordeste, e ser recebido não por um campus acolhedor, mas por um verdadeiro “lixão” a céu aberto. Pilhas de entulhos, lixo acumulado e uma paisagem de abandono total formam o cartão-postal grotesco bem em frente à Faculdade de Medicina de Araripina (FAMEARP). Para dezenas de docentes e alunos que chegam de todos os cantos do Brasil, o que deveria ser um marco de orgulho educacional virou sinônimo de descaso e desrespeito.

O problema, que se arrasta há meses, não é só uma questão de estética: é um entrave diário para o tráfego de estudantes e professores, além de um risco sanitário iminente. “É inadmissível que uma faculdade de medicina, que forma profissionais para salvar vidas, tenha que conviver com isso na porta de casa”, desabafou uma aluna do terceiro período, que preferiu não se identificar para evitar retaliações. “Vem gente de São Paulo, Rio, Ceará… e o que eles veem primeiro? Um monte de porcaria que reflete mal na cidade inteira.”

A gota d’água veio nesta semana, quando o prefeito Evilásio Mateus (PSB) visitou o local pessoalmente. Emocionado e indignado, o gestor municipal não poupou palavras: “Isso é um desrespeito gritante de pessoas que não amam Araripina. Elas jogam entulhos aqui como se fosse um depósito público, sem pensar no futuro da nossa gente.” Segundo o prefeito, tentativas anteriores de intervenção, inclusive pelo Ministério Bíblico local – uma iniciativa comunitária de voluntários evangélicos –, fracassaram diante da insistência dos infratores. “Eles limpam, e no dia seguinte está pior. Chega de conversa fiada; é hora de ação concreta.”