FOME: UM FLAGELO DE FACES MÚLTIPLAS

Folha do Araripe

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  • Se há um monstro que assusta e transtorna a humanidade desde que o mundo é mundo, esse monstro chama-se fome. De tão significativa e inerente à condição humana, constituiu-se numa das principais pautas, sob a ótica social e econômica, sem falar no aspecto político e até religioso. Não por acaso disse Nosso Senhor Jesus Cristo: “Bem-aventurados os que tem fome e sede de justiça, porque serão saciados…” E disse mais: “Eu Sou o Pão da Vida; Eu sou o pão vivo que desceu do céu; se alguém comer desse pão, viverá eternamente e o pão que eu der é a minha carne, que eu darei pela vida do mundo”.

Como se vê, fome está intrinsecamente ligada à palavra pão que, sem este, aquela não cessa e só tende a crescer e aniquilar. Fome sempre esteve na agenda do mundo, com destaque para o Brasil que, apesar de ser um dos maiores produtores de grãos e proteína animal, deixa de alimentar dignamente, no momento, 33 milhões de brasileiros, segundo dados oficiais. Isso é o triplo da população de Portugal, para vergonha nossa.

  • Fome está também na agenda dos candidatos à presidência da República, como é o caso da candidata Simone Tebet (MDB) que, por ocasião da oficialização de sua candidatura disse: “Precisamos falar da fome como uma medida a curto prazo”. Por sua vez, disse a candidata a governadora, Marília Arraes (Solidariedade) que, se for eleita, irá investir R$ 1 bilhão para erradicar a miséria, em Pernambuco.

Não sem razão, o XVIII Congresso Eucarístico Nacional – que será realizado pela Arquidiocese de Olinda e Recife, em nossa Capital, entre 11 e 15 de novembro próximo, terá como tema:”Pão em todas as mesas“. Obviamente que aqui, o significado de fome e de pão assumem outros contornos, além do social, na medida em que, apesar de chamar atenção para o gravíssimo problema da miséria física, no Brasil, sugere um olhar sobre outro grave problema que é a crise de fé, na Igreja (pelo menos é o que esperam os católicos) e como tal precisa ser discutido, visando ações práticas do ponto de vista social e cristão. Sim, porque um cristão verdadeiramente comprometido não pode aceitar como normal, a falta daquilo que é mais vital ao ser humano, que é o alimento material.

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