Sertão do Araripe: Potencial imenso, futuro comprometido pela falta de união política

Folha do Araripe

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Análise de Lusmar Barros Folha do Araripe

 Há mais de 25 anos acompanho a política do Sertão do Araripe através do Jornal Folha do Araripe. Nesse tempo todo, vi muita coisa, muita promessa, muito potencial desperdiçado. E a verdade dói: o nosso maior inimigo não é a seca, não é a falta de investimento externo, mas a nossa própria incapacidade de nos unirmos, quando digo isso; “me refiro aos poderes do Executivos e Legislativos do Araripe”.

A gente tem aqui um tesouro. Terras férteis, consideradas entre as melhores do mundo para agricultura. Mas essas terras, tão ricas, ficam sedentas! Aí entra a Adutora de Negreiros, uma obra fundamental pra levar água pra irrigação. Sem água, não tem produção em larga escala. É um projeto que pode transformar a nossa agricultura, mas precisa de força política pra ser concluído e funcionar a todo vapor.

Depois, temos a questão do transporte. Produzir é importante, mas precisamos levar a nossa produção para os mercados. Aí entra a Ferrovia Transnordestina. Imagine: um corredor logístico ligando o nosso sertão ao Porto de Suape! Isso significa redução de custos, acesso a mercados nacionais e internacionais, mais competitividade. Mas a Transnordestina, sozinha, não faz milagre. Precisa de investimentos complementares, de infraestrutura nos nossos municípios, e de uma articulação política forte pra garantir que ela funcione de forma eficiente.

E, por fim, temos o Canal do Sertão. Uma obra gigantesca, que pode mudar a cara do nosso semiárido. Água em abundância, irrigação eficiente, um impacto enorme na agricultura familiar e na geração de empregos. Mas o Canal, assim como os outros projetos, não se sustenta sozinho. Precisa de políticas públicas que acompanhem a sua implantação, que garantam o acesso à terra, que capacitem os agricultores, que promovam o desenvolvimento sustentável da região.

A gente tem esses três projetosA Adutora, a Transnordestina e o Canal – como pilares para um desenvolvimento econômico real e sustentável. São oportunidades de ouro, mas oportunidades que estão sendo desperdiçadas por falta de união política. Quase 400 mil votos aqui no Araripe! Votos suficientes pra eleger deputados federais e estaduais, pra ter peso, pra ter voz ativa nas decisões que afetam o nosso futuro. Mas esses votos ficam dispersos, sem foco, sem união. É como se cada um estivesse jogando sozinho numa partida de futebol, sem passar a bola, sem estratégia. Como vamos ganhar o jogo assim?

Eu já vi de perto o desenvolvimento de outras regiões do Brasil. Vi a força da união política, a capacidade de uma região se organizar e conquistar seus objetivos. Aqui no Araripe, a gente tem tudo para ser uma potência econômica, não só no gesso, mas na agricultura também, igual a Petrolina. Mas a gente precisa acordar os políticos precisam sair da sombra da mesmice! Precisa parar de se ver como municípios isolados como micro e começar a pensar como uma região macro, com objetivos comuns, com uma força política unida.

Precisamos de um projeto regional integrado, um plano de ação conjunto, e, principalmente, representantes que trabalhem para o Araripe como um todo, e não para interesses individuais. Enquanto não tivermos isso, esses megaprojetos vão continuar sendo apenas promessas, e o nosso potencial vai continuar adormecido. A hora de mudar é agora. A hora da união é agora. O futuro do Araripe depende disso.”

De Folha do Araripe

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