A violência que mancha o futebol: Cobrança por leis mais rígidas após confronto entre torcidas em Recife

Folha do Araripe

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Por Lusmar Barros Folha do Araripe

A prisão de 20 pessoas antes do clássico entre Santa Cruz e Sport, neste sábado (1º), expõe a gravidade da violência entre torcidas organizadas em Pernambuco e a urgente necessidade de leis mais rígidas para coibir tais atos. Embora a Secretaria de Defesa Social (SDS-PE) afirme que 14 pessoas foram detidas por violência entre torcedores, a informação de que mais de 10 pessoas morreram extraoficialmente, além dos feridos, levanta questionamentos sobre a real dimensão da tragédia e a eficácia das medidas de segurança.

Homem é morto a chutes e tem sua roupa rasgada depois de ser violentado

A cena de violência, ocorrida nos bairros da Iputinga, Torre e Madalena, antes mesmo do início da partida no Arruda, não pode ser simplesmente rotulada como “incidentes entre torcedores”. A dimensão da brutalidade, com mortes e feridos, configura atos criminosos que demandam uma resposta enérgica e eficaz por parte do poder público. A simples condução de 650 pessoas ao Batalhão de Polícia de Choque para revista, antes do jogo, demonstra a falha na prevenção e o fracasso em conter a violência antes que ela se tornasse uma tragédia.

A investigação pela Delegacia de Polícia de Repressão à Intolerância Esportiva é um passo importante, mas insuficiente. A punição de 5 jogos de suspensão, medida frequentemente aplicada em casos de violência esportiva, se mostra ineficaz diante da gravidade dos atos. A repetição de episódios semelhantes demonstra que a punição atual não funciona como um fator de dissuasão.

ALEPE?

É preciso ir além das medidas paliativas. A governadora e os deputados da Assembleia Legislativa de Pernambuco precisam assumir a responsabilidade de propor e aprovar leis mais rígidas que punam severamente a violência fora dos estádios, combatendo as organizações criminosas envolvidas e quebrando o ciclo de impunidade.

A pergunta que fica é: até quando a sociedade pernambucana terá que conviver com a violência extrema praticada por grupos que se dizem “torcedores”? Ser torcedor é vibrar com o time, apoiar dentro das quatro linhas do campo, e não promover atos de selvageria que ceifam vidas e geram medo na população.

O legislativo precisa agir, criando leis que permitam a identificação e punição dos envolvidos, com penas mais severas, incluindo a responsabilização das torcidas organizadas como entidades jurídicas. A simples suspensão de jogos não resolve o problema; é preciso atacar a raiz da violência, desmantelar as organizações criminosas que se escondem por trás do futebol e garantir a segurança da população. A inércia do poder público diante da gravidade dos fatos é inaceitável. A cobrança por ações efetivas e leis mais rígidas não é apenas um pedido, mas uma necessidade urgente para garantir a paz e a segurança dos cidadãos pernambucanos.

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